A habilidade de ser feliz e envelhecer bem

A entrevista com a antropóloga Mirian Goldenberg foi veiculada, originalmente, na Revista Bene-Dito nº 72, publicação que a Nós da Comunicação produz para a FAPES, Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES.

A Revista Bene-Dito é enviada aos participantes da FAPES e aos beneficiários do Plano de Assistência da Fundação. Saúde, comportamento e previdência são alguns dos temas abordados na publicação. Confira a revista completa

Todos querem envelhecer com conforto, segurança e tranquilidade. Para isso, é preciso ter uma vida equilibrada, cuidando da saúde física e financeira. “É fundamental também ter projetos e um propósito de vida que sirva de incentivo”, explica Mirian Goldenberg, doutora em antropologia social pela UFRJ, com diversos livros publicados sobre comportamento e felicidade. Na entrevista a seguir, a antropóloga fala sobre os desafios e as perspectivas para um envelhecimento ativo.

 

Independentemente da idade, qual a importância de ter um projeto de vida?

O que encontrei em comum em todas as pessoas que entrevistei para meu último livro ‘Ser Velho é Lindo’ é que elas têm um projeto de vida. Os entrevistados disseram que não pensavam no fim da vida. Um deles disse que aprendeu a tocar pandeiro e triângulo com 80 anos para se apresentar para os amigos. Outra entrevistada tem 87 anos, escreve poemas e toca piano até hoje em locais públicos. O que todos têm em comum? Eles têm projetos consistentes.

“É importante fazer aquilo que realmente gostamos e não esperar para depois.”

Esse é o caminho para ter uma vida equilibrada e feliz?

Isso mesmo. É importante fazer aquilo que realmente gostamos e não esperar para depois. As pessoas devem buscar projetos que tenham significado e sentido para a vida. Além disso, elas não podem ficar tão preocupadas com a estética. Façam uma ‘faxina existencial’ e eliminem tudo o que não presta. Tenha leveza e saiba rir de si mesmo.

 

Diante de tantas facilidades tecnológicas, quais os desafios para envelhecer de maneira ativa?

Devemos cuidar da saúde desde cedo, ao longo da vida. Precisamos ter planejamento financeiro para alcançar a estabilidade, fazer os exames preventivos necessários e não nos submetermos a pressões sociais. Os filhos precisam também respeitar a independência dos pais e não serem superprotetores. Cultive suas amizades, construindo assim um forte apoio afetivo.

“O bom envelhecimento não se constrói na velhice, mas ao longo da vida.”

Quais suas perspectivas em relação à geração millennium, idosos do futuro?

Esses jovens se beneficiarão de transformações culturais que vêm acontecendo há um bom tempo. Os idosos de hoje participaram dessas mudanças no passado. É impossível, por exemplo, falarmos que Gilberto Gil, Caetano, Ney Matogrosso e Chico Buarque, para citar alguns, podem ser chamados de velhos. Eles mudaram a forma de envelhecer e os jovens notarão essa diferença. Quando a geração millennium chegar lá, talvez nem exista mais o conceito de velhice. Será apenas mais uma etapa de vida.

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