Brasileiro e portuguesa decoram caixas de energia elétrica na cidade do Porto

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Com a proposta de valorizar a cultura portuguesa, os designers Catarina Rodrigues e Thiago Marcial, ela portuguesa e ele brasileiro, transformaram, de forma lúdica, as caixas de eletricidade instaladas no entorno da Rua Cedofeita, região com forte presença comercial na cidade do Porto. A dupla se conheceu no mestrado de Arte e Design para o Espaço Público na Faculdade de Belas Artes do Porto e escolheu como tema produtos tipicamente portugueses.

“São marcas ícones. Quisemos realçar e valorizar a história portuguesa e reforçar o orgulho da população, despertando e provocando uma certa nostalgia e memória”, conta Catarina, que, assim como Thiago, tem como ídolos os artistas Banksy, Joseph Beuys, Mark Jenkins e Alphonse Maria Mucha.

“Foram selecionados produtos com forte apelo emocional. Os azeites que consumíamos em casa quando criança e as latas de sardinha são clássicos da infância de brasileiros e portugueses”, complementa Thiago, que foi diretor de arte aqui na agência Nós da Comunicação e decidiu ir para a Europa estudar.

Catarina se identificou mais com os produtos que seus avós usavam, como a pasta de dentes Couto e os sabonetes que decoravam a casa por serem mais bonitos. Já o Limpa Metais Coração sempre foi usado por artistas para limpar as chapas de gravuras.

Para a dupla, o maior desafio em criar o projeto ao ar livre foi desenvolver o conceito e a relação entre a arte e os espectadores, pois o público interage diretamente com as peças. “Precisávamos analisar as dinâmicas do espaço e da comunidade que o habita, tentando levar a arte para um público que, muitas vezes, não está disposto a ir a uma galeria”, explica Catarina.

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Moradores aprovaram a iniciativa

Thiago conta que a recepção tem sido muito positiva, tanto pelos moradores quanto pelos turistas. “Ainda durante o processo de pintura, as pessoas que passavam no local já reconheciam os produtos e mesmo os que não conheciam compreendiam o projeto.”

A inspiração para os trabalhos da dupla vem do próprio espaço público e da sua relação com a comunidade. “Nosso processo criativo sempre começa com essa análise e isso é fundamental”, avalia Catarina.

Recentemente, junto com outros alunos da turma de mestrado, Thiago e Catarina iniciaram o projeto Voltagem e criaram um alfabeto usando referências da arquitetura local e gravuras das igrejas da vila Torre de Moncorvo, pertencente ao Distrito de Bragança. “Esse projeto é financiado pelo Instituto EDP, ligado à empresa Energias de Portugal. Pretendemos envolver os artistas com comunidades de pequenas vilas portuguesas”, conta Thiago.

André Bürger

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